Sim, temos agora um, digamos, “novo conceito” de reprodução musical – o Semi Metalic Disc (SMD). De acordo com o fabricante (http://www.portalsmd.com.br/), com a utilização da nova tecnologia 100% nacional, a semimetalização, é possível reduzir o preço de comercialização de um CD em quase 80%. Os custos de produção do SMD são mais baixos, com descontos progressivos, e sua fabricação é em média 30% mais barata que a do CD. São confeccionados nas mesmas fábricas dos CDs e tocam em qualquer aparelho, embora sua técnica de reprodução seja diferente da utilizada atualmente nos CDs, mas com a mesma qualidade de áudio. As embalagens de acrílico foram substituídas por uma embalagem mais econômica, em papel cartão especial, com fechamento que garante a integridade da mídia. A ficha técnica e os demais créditos podem ser impressos na própria capa ou no encarte, e a capacidade do produto é de até 60 minutos de áudio, mais que o suficiente para a maioria dos artistas. Detalhe: o SMD deve ser vendido a R$ 5,00, e o preço vem impresso na capa. O mesmo preço de um pirata mal ajambrado de camelô.
Levantamento expedito para 1.000 cópias mostra diferença de custo para o artista de até 3 vezes, ou seja, 1 CD industrial padrão = 3 SMDs, aproximadamente. Nada mal, hein? Quanto ao preço de venda, R$ 30,00 ou 40,00 contra R$ 5,00... sem comentários. Para um artista independente, o SMD pode ser a melhor escolha, não só pelo preço, mas também pela qualidade, e ambas superam aquela que seria a terceira opção – a fabricação em CD-R, atualmente muito utilizada para CDs-Demo.
Seria essa uma verdadeira Inovação Tecnológica, em um país que se contenta (bastante) apenas com (caras) Transferências de Tecnologia e se dá por satisfeito com isso? Longe de ser uma Pesquisa Básica universitária, o SMD nasce de Pesquisa Aplicada, rentável - e com um futuro brilhante? Chega, então, de CDs-Industriais-Padrão, com aquelas caixas de acrílico gordas e que se quebram com facilidade, e ainda ocupam mais lugar do que é necessário, dada a sua adiposidade lateral? Muitas perguntas. Os SMDs são, fisicamente, como vinis reduzidos às dimensões de um CD. São ótimos para divulgação e venda em shows, principalmente de novos artistas. Ocupam menos espaço, não quebram, são práticos, enfim, funcionam bem em (quase) todos os sentidos.
Quase? É, nem tudo são flores nesse jardim semimetálico. Aqui entra aquele velho problema, já detalhado no hit “Funga-Fuga”, que possui uma das mais interessantes letras da MPB: “Eu sou o Funga-Funga e sou um pouco diferente / mas não entendo por que todo mundo me olha como se eu não fosse gente ... (Marcos e Paulo Sérgio Valle) ... e segue perguntando o porquê das pessoas só gostarem daquilo que é déjà-vu “... mas parece que as pessoas, só gostam das coisas, que elas já viram, que elas conhecem, conhecem muito bem ...”. Uns e Outros cantaram isso também. Pessoas que vão a shows apenas de artistas que já conhecem. Batem palmas para músicas que já conhecem, felizes e orgulhosas por terem reconhecido a canção que já ouviram antes. Coisas do gênero. O que acontece – ainda – com o SMD, é o fato de algumas lojas se mostrarem desconfiadas com relação ao formato e ao preço (impresso na capa), recusando-se a vender o produto. Dizem que os consumidores “não compram”. Alguns selos independentes não podem lançar seus artistas no formato por esse motivo. Algumas pessoas que compram ou recebem o produto “novo” cobram um CD “padrão”, acham que o preço baixo ou a apresentação diferente passam a impressão de um produto semi-profissional. Acham que é um CD-Demo (e pode ser mesmo, ou não). Gente que se incomoda ao ouvir uma canção como “Funga-Funga” e vai a shows de bandas-cover. Mas não são todas as pessoas que pensam assim, e isso vai mudar, é apenas uma questão de tempo. O SMD não vai ser imposto, como foi o CD sobre o vinil, tem condições de vencer por si próprio. Melhor ainda, ele não quer vencer, quer apenas conviver em harmonia. Como o Funga-Funga.
(quanto à questão da necessidade ou não de mídia física, ver o post anterior de 25 de abril -“O Vôo das Baratas Tontas”. Mas isso é outra interminável discussão, que envolve conceitos avançados de previsão futurológica e utilização de Redes Neurais)
Dentre dezenas ou centenas de outros, dois compositores, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro, optaram pelo SMD após pesarem os prós e os contras – Thiago Antunes e Noé Klabin. (uma dúvida surge: posso chamar o SMD de CD? Ou não?)
Levantamento expedito para 1.000 cópias mostra diferença de custo para o artista de até 3 vezes, ou seja, 1 CD industrial padrão = 3 SMDs, aproximadamente. Nada mal, hein? Quanto ao preço de venda, R$ 30,00 ou 40,00 contra R$ 5,00... sem comentários. Para um artista independente, o SMD pode ser a melhor escolha, não só pelo preço, mas também pela qualidade, e ambas superam aquela que seria a terceira opção – a fabricação em CD-R, atualmente muito utilizada para CDs-Demo.
Seria essa uma verdadeira Inovação Tecnológica, em um país que se contenta (bastante) apenas com (caras) Transferências de Tecnologia e se dá por satisfeito com isso? Longe de ser uma Pesquisa Básica universitária, o SMD nasce de Pesquisa Aplicada, rentável - e com um futuro brilhante? Chega, então, de CDs-Industriais-Padrão, com aquelas caixas de acrílico gordas e que se quebram com facilidade, e ainda ocupam mais lugar do que é necessário, dada a sua adiposidade lateral? Muitas perguntas. Os SMDs são, fisicamente, como vinis reduzidos às dimensões de um CD. São ótimos para divulgação e venda em shows, principalmente de novos artistas. Ocupam menos espaço, não quebram, são práticos, enfim, funcionam bem em (quase) todos os sentidos.
Quase? É, nem tudo são flores nesse jardim semimetálico. Aqui entra aquele velho problema, já detalhado no hit “Funga-Fuga”, que possui uma das mais interessantes letras da MPB: “Eu sou o Funga-Funga e sou um pouco diferente / mas não entendo por que todo mundo me olha como se eu não fosse gente ... (Marcos e Paulo Sérgio Valle) ... e segue perguntando o porquê das pessoas só gostarem daquilo que é déjà-vu “... mas parece que as pessoas, só gostam das coisas, que elas já viram, que elas conhecem, conhecem muito bem ...”. Uns e Outros cantaram isso também. Pessoas que vão a shows apenas de artistas que já conhecem. Batem palmas para músicas que já conhecem, felizes e orgulhosas por terem reconhecido a canção que já ouviram antes. Coisas do gênero. O que acontece – ainda – com o SMD, é o fato de algumas lojas se mostrarem desconfiadas com relação ao formato e ao preço (impresso na capa), recusando-se a vender o produto. Dizem que os consumidores “não compram”. Alguns selos independentes não podem lançar seus artistas no formato por esse motivo. Algumas pessoas que compram ou recebem o produto “novo” cobram um CD “padrão”, acham que o preço baixo ou a apresentação diferente passam a impressão de um produto semi-profissional. Acham que é um CD-Demo (e pode ser mesmo, ou não). Gente que se incomoda ao ouvir uma canção como “Funga-Funga” e vai a shows de bandas-cover. Mas não são todas as pessoas que pensam assim, e isso vai mudar, é apenas uma questão de tempo. O SMD não vai ser imposto, como foi o CD sobre o vinil, tem condições de vencer por si próprio. Melhor ainda, ele não quer vencer, quer apenas conviver em harmonia. Como o Funga-Funga.
(quanto à questão da necessidade ou não de mídia física, ver o post anterior de 25 de abril -“O Vôo das Baratas Tontas”. Mas isso é outra interminável discussão, que envolve conceitos avançados de previsão futurológica e utilização de Redes Neurais)
Dentre dezenas ou centenas de outros, dois compositores, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro, optaram pelo SMD após pesarem os prós e os contras – Thiago Antunes e Noé Klabin. (uma dúvida surge: posso chamar o SMD de CD? Ou não?)