segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Paul Weller cancela apresentações no Brasil?






http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/10/20/ult89u9780.jhtm

Essa notícia, inacreditável, saiu no site UOL Música:

"Paul Weller cancela apresentações no Tim festival
Reuters

O cantor e compositor inglês Paul Weller cancelou os dois shows que faria no Tim Festival nesta semana em São Paulo, na quinta-feira (23), e no Rio de Janeiro, no sábado (25).

De acordo com a assessoria do festival, o cancelamento aconteceu devido a problemas com o visto de um dos integrantes da banda de Weller, o pianista anglo-brasileiro Andrew John Gonçalves, 31.
...
Leia abaixo trecho do comunicado enviado pela organização do Tim:

Nascido no Brasil e residente em Londres desde os dois anos de idade, o pianista anglo-brasileiro Andrew John Gonçalves, hoje com 31 anos, teve o visto de trabalho em seu passaporte britânico suspenso, mesmo depois de inicialmente autorizado. Apesar de todas os esforços - que incluíram apoio político e diplomático nos dois países - , não foi possível alterar a decisão, já que nossa legislação não permite a concessão de visto de trabalho a cidadãos brasileiros.

A alternativa apresentada seria a obtenção de passaporte brasileiro em regime especial. Mas a inexistência da documentação brasileira mínima necessária inviabilizou este caminho. A outra alternativa possível, do ponto de vista legal, seria a renúncia de Andrew à nacionalidade brasileira. Entretanto, esse pedido levaria de 30 a 60 dias para tramitar nas diversas instâncias, até ser publicado no Diário Oficial e transmitido de volta a Londres após a sua conclusão.
..."

É sério isso? Ele teria que obter alguma espécie de passaporte 50% brasileiro? Renunciar à nacionalidade brasileira para tocar duas noites no Brasil? Como assim, a legislação não permite a concessão de visto de trabalho a cidadãos brasileiros? E cidadão brasileiro precisa de visto de trabalho para trabalhar no Brasil? E como anglo-brasileiro, ele poderia pelo menos tocar em metade das músicas do show?

Essa notícia está meio mal contada. Algo não bate direito. E se o rapaz chamasse André João Gonçalves, ele poderia tocar? Ou se simplesmente viesse ao Brasil junto com nosso amigo Paul, e se por acaso fosse convidado para subir ao palco para uma canja? Poderia?

A confirmação ainda não está no site do nosso mod favorito:

http://www.paulweller.com/gigs.php?id=116

Só falta a notícia aterrorizante de que ele vai ser substituído pelos Irmãos Gallagher.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Noé Klabin adere à campanha



Continuando nossa cruzada “Diga Não às Bandas-Cover”, resposta do cantor e compositor carioca Noé Klabin (http://www.myspace.com/noeklabin) ao post sobre as nefastas bandas repetidoras de notas:

“Gostei tanto do seu artigo "Bandas-Cover e a Não-Formação de Platéia" que tive que escrever uma resposta para ele. Tenho que, antes de mais nada, agradecer a manifestação dessa idéia que eu concordo com todas as letras. Aqui vai: "Ufa! Muito obrigado. Graças a Deus tem alguém do meu lado!". Eu luto por essa idéia já há algum tempo e é difícil encontrar alguém que me apóie... Já tive que brigar com integrantes da minha banda, com familiares, amigos, até donos de casas de show e empresários musicais por causa desse assunto. Quando me pedem pra colocar hits no meu show eu sempre digo, ”eu não sou banda-cover e também não sou vitrola. Tenho minhas composições, meus arranjos, minhas letras, é isso que eu faço, e quero que me assista apenas quem curti o meu som, e não o do Djavan (Quero deixar claro que eu adoro o Djavan, mas quando ele mesmo canta Djavan, até hoje eu nunca ouvi outra pessoa fazer melhor...)”.

Antes de continuar meu argumento, acho bom esclarecer a respeito de duas categorias de músicos, os instrumentistas-compositores, e os instrumentistas-não-compositores. Respeito ambos da mesa forma. Porém um músico não-compositor tem que tocar composições dos outros, não é verdade? Isso não o diminui como músico, ele pode ser um grande intérprete. Existem músicos-não-compositores incríveis por aí tocando violões em bares... Claro que podem cantar músicas novas, pouco conhecidas (a Cássia Eller e a Elis Regina são ótimos exemplos de intérpretes maravilhosas que faziam isso), mas tudo bem... estão perdoados! Eu pediria apenas que eles fizessem umas versões um pouco mais originais daquelas músicas que já estamos cansados de ouvir. Agora, em relação aos músicos-compositores, queremos suas novidades! O mercado está carente de novas composições! Estou cansado de ligar o rádio e ouvir as mesmas canções desde que sou criança. Isso só vai mudar quando os compositores não se renderem, quando eles não engavetarem, e sim apresentarem e lutarem por suas criações! Aí me respondem, "mas não é o que o público quer ouvir..." Você já tentou? Eles não cantam junto? Mas é claro que não cantam junto, é nova! Eles (o público) precisam de um tempo pra memorizar, mas alguém tem que tocar elas pra eles poderem memorizar, alguém tem que lutar por elas um pouco.

Entendo perfeitamente a situação do mercado de shows no Brasil (pois sofro com ela), que assim como você colocou no artigo, os músicos precisam trabalhar, e as casas noturnas querem hits... Muitos músicos-compositores por necessidade financeira acabam se “prostituindo”, tocando covers clássicos, mas eles pagam o preço (enxergando ou não), pois com raras exceções (Celebrare por exemplo, que construiu um público gigante), a banda-cover não forma público. Existem bandas-cover dedicadas a fazerem imitações perfeitas de bandas famosas (como Dave Mathew-Cover, Pink-Floyd-Cover, Beatles-Cover), eu acho interessante essa idéia quando os integrantes são fãs alucinados dessas bandas, mas particularmente, por melhor que sejam, eu não as valorizo como artistas, devido à falta de criatividade, posso valorizá-las pela qualidade e pela técnica. Acho legal para o instrumentista-compositor a idéia de fazer um tributo a um outro músico que admire, tocando uma série de canções, mas sempre sendo original nos arranjos, e sempre inserindo as de sua própria autoria no repertório...

No meu caso, que sou músico-compositor, eu não faço mais do que quatro covers em um show, podem até implorar! E os poucos que faço, são arranjos completamente diferentes das versões originais. Quer ouvir Lulu Santos, Djavan, Caetano? Porque veio então no show do Noé? Eu tenho o meu próprio trabalho e vou lutar por ele. Tenho dificuldade para encontrar casas de show que estão dispostas a colocar um artista novo que não é conhecido, lutei muito por isso, ganhei várias vezes, mas me rendi no final. Não... Eu não toquei cover no final. No fim, eu parei de tocar nas casas noturnas e passei a lutar de outra forma pelas minhas criações. Gravei um CD e estou na luta para distribuir minhas músicas em rádios, sites de músicas, e todas as formas acessíveis que eu conseguir para colocar o meu trabalho no ouvido do povo. Se a minha tática der certo, quem sabe um dia eu entro em um bar, e terá um cara tocando um Noé–cover...

Enfim, só queria dividir a minha opinião com você, achei muito boa a sua expressão dessa idéia, principalmente como crítica aos bares e casas noturnas que, como uma máfia, impedem o crescimento cultural-musical do país, impedindo que coisas novas apareçam. Em relação aos músicos-compositores que se rendem ao cover, coitados, mas acho que é compreensível, pois eles têm que pagar o aluguel no fim do mês e por isso acabam guardando suas próprias composições na gaveta, esperando um milagre acontecer e, em suas palavras “acabam tocando Djavan em um violão de nylon ligado em uma mesa de som de última categoria com som de taquara rachada”."
Noé Klabin

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sabará e os Neo-Folkies





Agora é moda. Tocar um violão-folk solitário e tristonho, e se dizer, hum, “folk”. Se tocar harmônica, melhor ainda. Se cantar qualquer-coisa-em-inglês, é tudo. Mas tem que ser bonito/bonita. Senão não for, esqueça. Vá para os bastidores. Acenda uma vela. Bastou uma cantora-jovem fazer certo sucesso, em um ambiente em que o “sucesso” é cada vez mais raro, e a palavra “folk” virou arroz-de-festa, papagaio-de-pirata, flamengo-encontra-mangueira, a música-da-vez. Pena. Alguns desses novos-folkies talvez nem tenham ouvido falar de Woody Guthrie. Nem mesmo do novo (10 anos é novo, sim. Maldito mundo descartável) e fenomenal ábum
http://www.woodyguthrie.org/merchandise/mermaidavenuevol1.htm
mas isso não tem mesmo importância. Os violões dos novos-folkies-brasileiros nunca vão matar nenhum fascista. O que, no final das contas, pode ser até mesmo uma boa idéia, caso essa atitude seja considerada em termos literais. Nunca se sabe até que ponto vai a loucura. Loucura só funciona se o sujeito for o Raul Seixas. Fascista no Brasil tem outro nome, e causa danos maiores que os italianos-adeptos dos anos 30. Esqueçam o sentido original. Alguns até trabalham aqui perto. Nunca entendi muito bem porque eles sempre precisam “visitar as bases”. Chega. Preciso ouvir My Back Pages urgentemente, para deixar de falar besteira.

Da nova série “Dicas do Música Folk!”, um blog totalmente fora de moda, o cantor Sabará mostra que não está nem aí para a nova “tendência”, já prevista pela vidente Rita Lee em termos, digamos, mais amplos. Sabará não é um Neo-Folk.

Cantor, instrumentista e compositor do Rio de Janeiro, Sabará iniciou sua carreira artística em 1997 com a música “Amanhecer”, apresentada no Festival de Música da Universidade Gama Filho (RJ). Em 1999, a canção “Mais perto da luz” (parceria com o guitarrista Dida Mello) foi premiada no concurso “Rio Jovem Artista”, promovido pela Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. Entre 1999 e 2005, Sabará foi baterista de bandas e de musicais de teatro. Nesse período, estudou bateria com Christiano Galvão (músico de Jorge Vercillo, Marina e Zélia Duncan). O foco nas composições próprias foi retomado em 2005, quando Sabará produziu e gravou seu primeiro EP, “Prá Fazer Bagunça”. Em 2006, depois de ouvir o EP, o produtor Christiaan Oyens (que trabalhou com Lulu Santos, Adriana Calcanhoto e Zélia Duncan) aceitou o convite de Sabará para dirigir as gravações do seu primeiro álbum completo, o homônimo “Sabará”. Em 2008, lançou simultaneamente seu álbum, com dez canções inéditas (liberadas para audição e download nos sites MySpace e PalcoMP3); e os videoclipes das canções “Sabará” e “Afastaria”, no canal “sabaranarede” do YouTube.

Aqui, as centenas de lugares onde ele pode ser encontrado:

http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/
www.myspace.com/sabaranarede (ouça e veja fotos)
www.palcomp3.com.br/sabaranarede (baixe as músicas)
www.youtube.com/user/sabaranarede (assista clipes em alta definição)
www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=66298937 (comunidade ORKUT)
www.sabaranarede.blogspot.com


HERMÉTICO
(Sabará)

Como as unhas que faltam aos dedos
Talhando encostas de rochedos
Arranho sem romper
A casca dura do viver

E o meu viver não é mais meu
não é mais

Como a pena que a brisa espera
Se entrega prÁ fugir da terra
A vela que tinha forma
O mofo que o sol transforma

Quis você me tornar seu
me tornar.... Hermético

eu só quero o seu cheiro
Exausto de vagar
só não canso do seu mundo
Não tenho onde ficar
Não tenho o que temer
Nem raiva consigo ter
Se estou longe de você

Como o santo que aguarda a prece
O enfermo que no chão padece
Socorro não aparece
Não pararia se viesse

Pois no meu peito bate mais um
sempre mais.... Hermético

eu só quero o seu cheiro
Exausto de vagar
só não canso do seu mundo
Não tenho onde ficar
Não tenho o que temer
Nem raiva consigo ter
Se estou longe de você

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Bandas-Cover e a Não-Formação de Platéia



Não tem nada mais insuportável em termos musicais do que um violão de nylon tocando Djavan, ligado em uma mesa de som de última categoria com som de taquara rachada. (Pronto, falei. Maldade. Músicos da noite, atirem as pedras). Ou talvez tenha: as bandas-cover que infestam a noite de Brasília (do Brasil?). Já ouvi vários músicos dizerem que precisam “ganhar a vida”. Concordo plenamente, aceito, mas isso não me faz gostar nem um pouco mais desses nefastos grupamentos de instrumentistas. Nada contra bandas com três ou quatro covers no repertório, mas - tudo??? É preguiça demais. A questão básica e indiscutível é que elas retiram o espaço de quem faz música própria, de quem compõe ou canta música de compositores inéditos, e isso é um crime sem perdão. Quem já chegou ao bar/pub X, e viu na entrada a placa com o nome da banda Y, e escrito em baixo: “pop-rock”? O protótipo do complemento infeliz. "Banda de pop-rock" é um termo reducionista bastante utilizado hoje em dia e significa, ao ser traduzido, algo como "banda cover insuportável".

Situação utópica: se não existissem esses seres pouco pretensiosos, os donos de casas noturnas poderiam: a) tocar música mecânica; b) contratar músicos/bandas com trabalho autoral. A opção a) atende a várias ocasiões, principalmente se o DJ for bom. E é bem melhor que um violão de nylon tocando Djavan, ligado em uma mesa de som de última categoria com som de taquara rachada. Ou um grupamento de instrumentistas tocando Satisfaction e se dizendo “banda de pop-rock”. A opção B) é a que eu quero, a que me faz sair de casa, mesmo com a vigência da infeliz e ditatorial lei. Vocês sabem qual.

O Brasil não é o país do rock. Nem do samba, nem da bossa nova. O Brasil é o país do cover. Os freqüentadores da noite acostumaram-se a isso. Já cheguei a ouvir - pasmem - o pedido de autorização de um músico, feito à platéia, para “tocar uma composição própria”. É demais. Pelo menos a platéia deixou. Ou talvez não tenha falado nada. Fazendo uma comparação um tanto inusitada - porque os bares de Londres e Nova Iorque não são assim? (exceto uns 10%, vamos ser justos) – por que o público aceita, já se acostumou, querem ver coisas novas, novos sons, novas idéias. Eles não querem um violão de aço tocando James Blunt, ligado em uma mesa de som de última categoria com som de taquara rachada (bem, talvez essa última parte sobre qualidade sonora não ocorra lá). Nem um grupamento de instrumentistas tocando Satisfaction e se dizendo “pop-rock band”.

Para completar o linchamento aos seres repetidores de notas, mais um fato: a existência de bandas-cover leva à não-formação de platéia. Com a ocupação predatória de bares e boites, sobram poucos espaços para bandas autorais, e assim os freqüentadores não assistem às suas apresentações, não conhecem suas músicas, e com isso não fazem a menor questão de ir a um próximo show da banda, ouvir sua nova música e baixar ou comprar seu novo CD-Demo (ainda existe isso?). Bandas-cover são genéricas, tanto faz quem toca, o que importa é onde ela toca. São como as pilastras do pub, fazem parte da paisagem. Ninguém vai a algum lugar para assistir ao show de uma pilastra-cantante. Vai porque quer tomar cerveja, ou coisa melhor. E o pobre amigo-da-vez, como fica? Tem que ouvir - sóbrio ??? Lei estúpida e cruel.

Músicos que tocam em bandas-cover e possuem também seu trabalho autoral, em outra banda, dão um tiro na própria pedaleira. É a necessidade de “capitalização”, segundo dizem. Mas esse é um raciocínio simplista e leva o músico a se contentar – como sempre – com muito, muito pouco. Muitas vezes é a única saída, mas é também uma Road to Nowhere, pobre, razoavelmente segura apesar dos buracos, e absolutamente não criativa.

Mudando de assunto: afinal, Lobão é ou não é o Mangabeira Unger do rock’n’roll ?

terça-feira, 20 de maio de 2008

terça-feira, 29 de abril de 2008

Thiago Antunes, Noé Klabin e o SMD

Sim, temos agora um, digamos, “novo conceito” de reprodução musical – o Semi Metalic Disc (SMD). De acordo com o fabricante (http://www.portalsmd.com.br/), com a utilização da nova tecnologia 100% nacional, a semimetalização, é possível reduzir o preço de comercialização de um CD em quase 80%. Os custos de produção do SMD são mais baixos, com descontos progressivos, e sua fabricação é em média 30% mais barata que a do CD. São confeccionados nas mesmas fábricas dos CDs e tocam em qualquer aparelho, embora sua técnica de reprodução seja diferente da utilizada atualmente nos CDs, mas com a mesma qualidade de áudio. As embalagens de acrílico foram substituídas por uma embalagem mais econômica, em papel cartão especial, com fechamento que garante a integridade da mídia. A ficha técnica e os demais créditos podem ser impressos na própria capa ou no encarte, e a capacidade do produto é de até 60 minutos de áudio, mais que o suficiente para a maioria dos artistas. Detalhe: o SMD deve ser vendido a R$ 5,00, e o preço vem impresso na capa. O mesmo preço de um pirata mal ajambrado de camelô.

Levantamento expedito para 1.000 cópias mostra diferença de custo para o artista de até 3 vezes, ou seja, 1 CD industrial padrão = 3 SMDs, aproximadamente. Nada mal, hein? Quanto ao preço de venda, R$ 30,00 ou 40,00 contra R$ 5,00... sem comentários. Para um artista independente, o SMD pode ser a melhor escolha, não só pelo preço, mas também pela qualidade, e ambas superam aquela que seria a terceira opção – a fabricação em CD-R, atualmente muito utilizada para CDs-Demo.

Seria essa uma verdadeira Inovação Tecnológica, em um país que se contenta (bastante) apenas com (caras) Transferências de Tecnologia e se dá por satisfeito com isso? Longe de ser uma Pesquisa Básica universitária, o SMD nasce de Pesquisa Aplicada, rentável - e com um futuro brilhante? Chega, então, de CDs-Industriais-Padrão, com aquelas caixas de acrílico gordas e que se quebram com facilidade, e ainda ocupam mais lugar do que é necessário, dada a sua adiposidade lateral? Muitas perguntas. Os SMDs são, fisicamente, como vinis reduzidos às dimensões de um CD. São ótimos para divulgação e venda em shows, principalmente de novos artistas. Ocupam menos espaço, não quebram, são práticos, enfim, funcionam bem em (quase) todos os sentidos.

Quase? É, nem tudo são flores nesse jardim semimetálico. Aqui entra aquele velho problema, já detalhado no hit “Funga-Fuga”, que possui uma das mais interessantes letras da MPB: “Eu sou o Funga-Funga e sou um pouco diferente / mas não entendo por que todo mundo me olha como se eu não fosse gente ... (Marcos e Paulo Sérgio Valle) ... e segue perguntando o porquê das pessoas só gostarem daquilo que é déjà-vu “... mas parece que as pessoas, só gostam das coisas, que elas já viram, que elas conhecem, conhecem muito bem ...”. Uns e Outros cantaram isso também. Pessoas que vão a shows apenas de artistas que já conhecem. Batem palmas para músicas que já conhecem, felizes e orgulhosas por terem reconhecido a canção que já ouviram antes. Coisas do gênero. O que acontece – ainda – com o SMD, é o fato de algumas lojas se mostrarem desconfiadas com relação ao formato e ao preço (impresso na capa), recusando-se a vender o produto. Dizem que os consumidores “não compram”. Alguns selos independentes não podem lançar seus artistas no formato por esse motivo. Algumas pessoas que compram ou recebem o produto “novo” cobram um CD “padrão”, acham que o preço baixo ou a apresentação diferente passam a impressão de um produto semi-profissional. Acham que é um CD-Demo (e pode ser mesmo, ou não). Gente que se incomoda ao ouvir uma canção como “Funga-Funga” e vai a shows de bandas-cover. Mas não são todas as pessoas que pensam assim, e isso vai mudar, é apenas uma questão de tempo. O SMD não vai ser imposto, como foi o CD sobre o vinil, tem condições de vencer por si próprio. Melhor ainda, ele não quer vencer, quer apenas conviver em harmonia. Como o Funga-Funga.

(quanto à questão da necessidade ou não de mídia física, ver o post anterior de 25 de abril -“O Vôo das Baratas Tontas”. Mas isso é outra interminável discussão, que envolve conceitos avançados de previsão futurológica e utilização de Redes Neurais)

Dentre dezenas ou centenas de outros, dois compositores, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro, optaram pelo SMD após pesarem os prós e os contras – Thiago Antunes e Noé Klabin. (uma dúvida surge: posso chamar o SMD de CD? Ou não?)

Thiago Antunes



A história do CD/SMD começa em 2005, quando, junto com três amigos, Thiago Antunes (http://www.thiagoantunes.com.br/) grava um CD-Demo. A demo chega às mãos de Fernando Nunes, baixista e produtor que já trabalhou com Cássia Eller, Nando Reis e toca atualmente com Zeca Baleiro. Fernando aceita o convite para produzir um novo CD e, em novembro de 2006, começa o trabalho de pré-produção de “Todo Dia” com a música “Três Palavras”, já gravada anteriormente em outra versão. Thiago propõe a regravação de “Dia Branco”, música de Geraldo Azevedo e Renato Rocha. Algum tempo depois, em Recife, Fernando encontra com Geraldo e diz a ele que estava trabalhando numa versão de sua música. Geraldo conta então que, quando compôs “Dia Branco”, ouvia de forma obsessiva o álbum “All Things Must Pass”, de George Harrison. Em dezembro de 2007, a nova versão de “Dia Branco” já estreava na programação de algumas rádios, sendo muito bem recebida pelo público. O diretor e fotógrafo Marcos Hermes filma o clipe de “Dia Branco”, que contou com a participação da atriz Regiane Alves. Thiago não esconde o jogo: faz questão de falar que, com muito orgulho, todas as suas canções falam de amor. Nenhum tema é mais difícil que esse, escrever sobre o amor sem soar piegas ou repetir algo já dito antes pelo menos uma centena de vezes. Thiago passa pelo teste-de-fogo-do-difícil-assunto com talento, Paul McCartney concorda com seu posicionamento musical e complementa: "... and what’s wrong with that? I’d like to know, ‘cause here I go, again, I love you …". Com dois beatles ao seu lado, Thiago Antunes faz um CD pop e romântico, acompanhado por excelentes músicos – destaque para a guitarra de Tuco Marcondes, também da banda de Zeca Baleiro. A produção é limpa e precisa, músicas redondas e canções inspiradas, prontas tocar no rádio e serem ouvidas a qualquer hora. Boas melodias fazem pessoas felizes.

A Pedra do seu Caminho (Thiago Antunes)
Depois de tudo o que passou
Meu bem você voltou
Que cena!
Eu quase não acreditei
Você vai muito mal
Que pena!
Pois hoje eu não preciso mais do seu amor
E quando eu precisei você me desprezou
Hoje eu não preciso mais do seu amor
E quando eu precisei...
Meu bem quando você se foi
E eu aqui fiquei sozinho
Eu lembro de você dizer
Que eu era a pedra do seu caminho

E hoje você vem pedir o meu amor
E hoje você vem dizer que se enganou
Já te dei meu sonho e minha mão
E como um vira-lata eu quis seu colo
Mas você só me dizia não!
Meu bem te dei meu coração
Eu te dei casa e pão
E vinho
Te dei meu carro e o violão
Da rosa o botão
Fiquei com o espinho
Não venha então você me pedir por favor
Pois tudo o que eu tinha com você ficou
E hoje você vem pedir o meu amor
E hoje você vem dizer que se enganou
E hoje você vem...

Noé Klabin



A primeira coisa que chama a atenção ao ouvir Noé Klabin (http://www.myspace.com/noeklabin) é o belo timbre de sua voz. No release, a informação de que sua professora de canto é Vera Canto e Mello, a famosa mestra-do-canto-carioca, que é ou já foi professora de vários cantores hoje famosos. Depois, os instrumentos: um violão-nylon, um violoncelo e percussões diversas. Noé cita que a formação inusitada do grupo foi escolhida pela necessidade de fugir do tradicional, e que sua música é influenciada por uma variedade indiscriminada de estilos musicais, do rock à bossa nova e aos cantos indígenas. O trabalho é o acúmulo de estudos que o levaram até a morar em uma aldeia de índios Xavantes, no Mato Grosso. Suas canções mostram harmonias bem trabalhadas, e algumas fazem referência ao folclore. O CD/SMD “O Bicho”, com oito músicas, abre com a instrumental (violão e violoncelo) “Lamento do Sol”. Depois, quatro músicas com a formação clássica de seu show: violão-nylon, violoncelo e percussão. Essas quatro músicas-calmas mostram originalidade, uma espécie de encontro de Cartola com Damien Rice em algum café do Jardim Botânico. Na sexta música, “Vento Mensageiro”, teclado, baixo e bateria são chamados para fazer companhia ao violoncelo. O clima mantém-se e o CD parece aproximar da MPB mais tradicional. Depois, uma transformação – de quem será essa nova música? “É Dela”, um funk à Cláudio Zoli, com banda e naipe de sopros, levando o CD a uma radical mudança de direção. O violoncelo, sem espaço, prefere se retirar. Por fim, na última música, nova mudança, desta vez não tão radical: “Confusão”, um rock no estilo noé-klabin e a melhor música do CD, mostrando a força de sua voz e seu timbre privilegiado. Noé foi sincero quando disse que sua música é influenciada por diversos estilos musicais. Aliás, ele foi original até na escolha da ordem das faixas, e fez um CD com a ordem exatamente inversa da que seria a esperada. Mas quem disse que o padrão de mercado é sempre o melhor?

Confusão (Noé Klabin)
Eu que vim do preto,
Eu que vim do branco,
Eu que vim do riso,
Eu que vim do pranto,
Eu que vim da noite,
Eu que vim do dia,
Sou filho do diabo com Santa Maria.

Eu vim do lixo,
Eu vim da flor,
Eu vim do ódio,
Eu vim do amor,
Eu vim do frio,
Eu vim do quente,
Eu sou careca mas eu uso pente.

De onde vim?
Pra onde vou?
O que é que eu fui?
O que é que eu sou?

Eu sou a mãe,
Eu sou o pai,
Eu sou hello,
Eu sou good-bye,
Sou anarquia,
Eu sou a lei,
Eu sou macho,
Eu sou gay.

Eu não sei não,
Eu sei de tudo,
Eu muito falo,
Eu fico mudo.

A única coisa que eu tenho certeza,
Vou lhe dizer e nunca se esqueça,
É que esse mundo é uma confusão
E quem acha que sabe, não sabe não.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Vôo das Baratas Tontas



Retransmito texto de Beni Borja, compositor, produtor e guru do selo carioca Psicotrônica (www.psicotronica.com.br). São sábias palavras sobre o que poderá (ou não) ocorrer com as atuais e diversas mídias existentes e, conseqüentemente, com o futuro-da-música-como-nós-a-fisicamente-conhecemos.

O Vôo das Baratas Tontas

Caros,

Em meados de 2007, eu escrevi um despretensioso textículo com o título "O natal de 2007 - A fronteira final" (http://www.diariomusical.blogspot.com/), e me surpreendi com a sua repercussão. O ACM "do bem", Antonio Carlos Miguel, publicou-o no seu blog no Globo Online, e uma série de outros blogs fez referência a ele. Não era preciso ser nenhuma "Mãe Diná" para prever que o natal de 2007 seria o canto do cisne da indústria musical como a costumávamos conhecer.

É reconfortante verificar que o meu problema dos últimos anos - como sobreviver de música sem vender discos - finalmente ocupa a mente dos que dirigem as grandes corporações da indústria. No exterior, este começo de 2008 tem sido marcado por ações descoordenadas das grandes gravadoras, numa verdadeira revoada de baratas tontas. Uma avalanche de novas iniciativas no meio digital - música por assinatura, celular com música, música com mp3-player, música com propaganda, tentam convencer o ressabiado consumidor de música na internet a fazer negócio com uma indústria que, até poucos meses atrás, o tinha como inimigo declarado.

Na cirurgia plástica para dar uma cara "user-friendly" aos mercadores de fonogramas, a EMI deu um belo golpe ao contratar o CIO (Chief-Information Officer) do Google, Doug Merril, para comandar suas ações digitais. O cara já está milionário, gosta de música e resolveu assumir o risco de mudar de mocinho para bandido do capitalismo. O futuro dirá se ele vai conseguir fazer alguma coisa de útil, mas suas primeiras declarações foram muito interessantes. Perguntado sobre como a sua experiência no Google poderia ser útil nesse conturbado cenário da industria musical, ele disse que a principal coisa que ele aprendeu no Google que iria servir nessa situação era "seguir os dados". A tese dele, que faz muito sentido, é que num ambiente de mudanças constantes de hábitos, como o da Internet, não há como precisar o que vai funcionar, todas as iniciativas partem de um mero palpite sobre o comportamento das pessoas. Portanto é preciso experimentar de tudo e "seguir os dados” fornecidos pelos interação com o público, e aperfeiçoar constantemente os serviços oferecidos.

Realmente, a capacidade de rapidíssima adaptação das demandas dos usuários é uma característica comum a todos os negócios que dão certo no mundo digital. Essa flexibilidade, em função da demanda dos consumidores, foi tudo o que não aconteceu até agora por parte das gravadoras, que tentaram inutilmente adequar o consumidor ao seu modelo de negócio, ao invés de se ajustar às expectativas do cliente.

Aproveito a deixa de Mr. Merril para aposentar meus poderes extra-sensoriais de vidência. Minha clarevidência micada me obriga a rever a minha profecia de que os CDs iriam sobreviver com preço baixo, e dando meu braço a torcer, admito que provavelmente estavam certos os que previram a pura e simples extinção do disquinho prateado como produto comercial. Portanto, reconheço que não tenho a menor idéia, e custo a crer que alguém tenha mais do que uma intuição sobre qual modelo de comercialização de música digital vai cair no gosto dos consumidores. Se tudo se encaminha para um desfecho ainda imprevisível lá nas bandas do norte-maravilha, o que o destino reservará para nós da Brazucolândia? Nesta terra, onde os infelizes varejistas de música digital ainda estão amarrados ao formato-mico WMA com DRM, incompatível com IPod, o que se pode esperar do futuro próximo? Se aqui a comercialização de música digital anda, por enquanto, a passos de formiga, o outro vértice da mudança na música, a mídia, anda no mesmo passo apressado de outros cantos mais "desenvolvidos" (detesto esse termo).

A proliferação de uma nova e redentora instituição nacional, as "lan-houses", permitiu que o tenebroso futuro de uma divisão digital da sociedade, previsto por colegas futurólogos equivocados, não passasse de uma ameaça tão fajuta como o "bug" do milênio. Jovens de todas as idades e níveis de renda têm, indistintamente, acesso a mensagens instantâneas e a redes de relacionamento social. Por todo canto se vê gente de todo tipo com headphones no ouvido. A base instalada de banda larga cresce vertiginosamente, a penetração dos celulares é maciça, ou seja, a base instalada de futuros consumidores de música digital já está aí, e eles já estão descobrindo música pela Internet todos os dias.

Portanto, sigo fiel à minha promessa de abandonar a futurologia, quando diviso nos horizontes de 2008 o início do começo de um novo modelo de negócio de música. Os blogs como principal fonte de formação de opinião musical , os discos por download direto do artista, as redes de relacionamento como instrumento de agrupação de músicos, todas essas coisas estão acontecendo agora, e não são mais visões de um futuro possível. É difícil singrar pelos mares nunca dantes navegados dessa tempestade de informação, por isso escrevo esse e-mail-provocação esperando respostas. Respostas sobre a experiência pessoal de vocês, caros amigos, no surfe dessa onda... O que dá certo? O que é perda de tempo? Quem faz diferença? Prometo solenemente editar as respostas e dividir com todos , para que possamos aprender juntos.

um abraço,

Beni Borja”
(www.myspace.com/beniborja)
Sim, isso tudo tem ligação com o próximo post que pretendo escrever.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Juno, os Filhos da Judith & outras histórias legais









(Quase) todos já viram Juno, vencedor do Oscar de melhor roteiro original de 2008, sério candidato ao título de melhor-filme-na-minha-opinião desde ... Sideways? A autora do roteiro é a hoje famosa Diablo Cody, escritora, blogueira, ex-secretária e ex-stripper. A personificação total e completa do "sonho americano". Ótimo, gostei dela, temos até uma similar nacional, um pouco mais hardcore. O diretor é Jason Reitman, do igualmente-bom (e um tanto quanto exagerado) “Obrigado Por Fumar”.


O que nos interessa aqui é a trilha sonora, folk até a alma e rock’n’roll na medida certa. “A” música do filme é “Anyone Else But You”, (http://www.myspace.com/themoldypeachesfans) dos The Moldy Peaches (http://www.moldypeaches.com/), cantada pelos próprios e também por Ellen Page e Michael Cera (os protagonistas) na cena final. Foi Ellen quem sugeriu a inclusão da (então) obscura banda na trilha sonora, de acordo com o diretor: “Eu perguntei a ela, antes de começarmos a filmar: o que você acha que Juno ouviria? E ela disse: The Moldy Peaches. Foi ao meu computador, tocou a canção e eu me apaixonei...”.


Escolhida com cuidado extremo, a trilha é eclética e com direito a citações (ouça “Sea of Love”). Notem como tanto os Moldy Peaches quanto Belle & Sebastian nos remetem à sonoridade típica dos Anos-60-em-Nova-Iorque (Simon & Garfunkel em primeiro plano). E tem ainda o Velvet Underground e o hino eterno do Mott The Hoople, “All The Young Dudes”. O cenário é Vancouver, mas poderia ter sido qualquer outra cidade, o local é o que menos importa: veja a cena em que as mansões de subúrbio canadense sucedem-se em quadros, todas idênticas, poderiam ser casas no Lago Sul ou em um condomínio-chique qualquer do Recreio.

'Juno' Soundtrack Track Listing:
'All I Want Is You' - Barry Louis Polisar
'Rollercoaster' - Juno Film Version - Kimya Dawson
'A Well Respected Man' - The Kinks
'Dearest' - Buddy Holly
'Up The Spout' - Mateo Messina
'Tire Swing' - Kimya Dawson
'Piazza, New York Catcher' - Belle & Sebastian
'Loose Lips' - Kimya Dawson
'Superstar' - Sonic Youth
'Sleep' - Instrumental - Kimya Dawson
'Expectations' - Belle and Sebastian
'All The Young Dudes' - Mott The Hoople
'So Nice So Smart' - Kimya Dawson
'Sea of Love' - Cat Power
'Tree Hugger' - Kimya Dawson and Antsy Pants
'I'm Sticking With You' - Velvet Underground
'Anyone Else but You' - The Moldy Peaches
'Vampire' - Antsy Pants
'Anyone Else But You' - Ellen Page and Michael Cera

Alguns MP-3s, para que a felicidade se complete:

“Anyone Else But You” The Moldy Peaches
“Loose Lips” Kimya Dawson
“Piazza, New York Catcher” Belle & Sebastian
“All the Young Dudes” Mott The Hoople
“Sea of Love” Cat Power

Uma das questões que o filme levanta (além da gravidez precoce) é a seguinte: poderiam ser os adolescentes de hoje tão inteligentes e originais como Juno? Ou apenas uma parcela mínima pertenceria a esse universo? Sendo mais específico, já que falamos de música: e no Brasil, com o massacre proporcionado pela MTV, bandas-emo-gritadoras, cantoras monetaristas de axé e propagandas psicóticas de empresas de telefonia celular, o que restaria? E sendo mais específico ainda, o que eles ouviriam? Qual a trilha sonora de um adolescente brasileiro que, após ver o filme, se identificou com Juno e disse: eles respeitaram meu cérebro e minha maturidade, ambos em acelerado desenvolvimento? Quais as novas bandas nacionais a serem ouvidas, independente do estilo?

Uma delas poderia ser a “Filhos da Judith” (www.myspace.com/filhosdajudith) (não, não sei se eles são realmente filhos da Judith, isso não importa nem um pouco e não vou perguntar). A banda, um trio do Rio de Janeiro - Alan Fontenele na bateria e os irmãos Pedro Dias no baixo e vocal e Luiz Lopez na guitarra, teclado e vocal (de novo, não, não sei mesmo se eles são filhos da tal Judith. Os irmãos nem têm o mesmo sobrenome). Segundo o release, o destaque “são os vocais que harmonizam em dueto, com influência das lendárias bandas dos anos 60”. (eu sempre desconfiei que os Beach Boys são uma lenda e que Brian Wilson nunca existiu)


O grupo lançou em 2006 o CD independente “Eu quero ser vinil”, com dez faixas (ouça em http://www.filhosdajudith.com/disco.htm) e foi contratado pelo selo Supermusic. Apresentou-se em famigerados e onipresentes festivais independentes, como o MADA 2006 em Natal (RN), Rock Hour e CEP 20.000 (Rio de Janeiro). O grupo tem oito anos de formação, e a atual já dura quatro anos. O disco de estréia da banda será produzido pelo dono do selo e mega-star-dos-botões Liminha (esse cara é realmente bom), e tem previsão de lançamento para este ano.

Ainda não decidi se a banda entraria no filme na cena buddy-holly ou na cena the-kinks. As músicas “Se Você Diz” e “”Baby Sempre Assim” os levariam para o lado buddy, mas “Em Torno de Mim” e “Technicolour Love” são mais kinks. Que coisa. Eles não são nem um pouco Belle & Sebastian ou Moldy Peaches, mas se encaixariam na trilha sonora mesmo assim.

Juno adoraria tocar uma cover dos Filhos da Judith no quarto de Mark Loring, de preferência com sua Gibson Les Paul, e ambos só parariam quando Vanessa chegasse em casa e olhasse para o marido com aquela cara de você-não-cresce-nunca ...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008