A primeira coisa que chama a atenção ao ouvir Noé Klabin (http://www.myspace.com/noeklabin) é o belo timbre de sua voz. No release, a informação de que sua professora de canto é Vera Canto e Mello, a famosa mestra-do-canto-carioca, que é ou já foi professora de vários cantores hoje famosos. Depois, os instrumentos: um violão-nylon, um violoncelo e percussões diversas. Noé cita que a formação inusitada do grupo foi escolhida pela necessidade de fugir do tradicional, e que sua música é influenciada por uma variedade indiscriminada de estilos musicais, do rock à bossa nova e aos cantos indígenas. O trabalho é o acúmulo de estudos que o levaram até a morar em uma aldeia de índios Xavantes, no Mato Grosso. Suas canções mostram harmonias bem trabalhadas, e algumas fazem referência ao folclore. O CD/SMD “O Bicho”, com oito músicas, abre com a instrumental (violão e violoncelo) “Lamento do Sol”. Depois, quatro músicas com a formação clássica de seu show: violão-nylon, violoncelo e percussão. Essas quatro músicas-calmas mostram originalidade, uma espécie de encontro de Cartola com Damien Rice em algum café do Jardim Botânico. Na sexta música, “Vento Mensageiro”, teclado, baixo e bateria são chamados para fazer companhia ao violoncelo. O clima mantém-se e o CD parece aproximar da MPB mais tradicional. Depois, uma transformação – de quem será essa nova música? “É Dela”, um funk à Cláudio Zoli, com banda e naipe de sopros, levando o CD a uma radical mudança de direção. O violoncelo, sem espaço, prefere se retirar. Por fim, na última música, nova mudança, desta vez não tão radical: “Confusão”, um rock no estilo noé-klabin e a melhor música do CD, mostrando a força de sua voz e seu timbre privilegiado. Noé foi sincero quando disse que sua música é influenciada por diversos estilos musicais. Aliás, ele foi original até na escolha da ordem das faixas, e fez um CD com a ordem exatamente inversa da que seria a esperada. Mas quem disse que o padrão de mercado é sempre o melhor?
Confusão (Noé Klabin)
Eu que vim do preto,
Eu que vim do branco,
Eu que vim do riso,
Eu que vim do pranto,
Eu que vim da noite,
Eu que vim do dia,
Sou filho do diabo com Santa Maria.
Eu vim do lixo,
Eu vim da flor,
Eu vim do ódio,
Eu vim do amor,
Eu vim do frio,
Eu vim do quente,
Eu sou careca mas eu uso pente.
De onde vim?
Pra onde vou?
O que é que eu fui?
O que é que eu sou?
Eu sou a mãe,
Eu sou o pai,
Eu sou hello,
Eu sou good-bye,
Sou anarquia,
Eu sou a lei,
Eu sou macho,
Eu sou gay.
Eu não sei não,
Eu sei de tudo,
Eu muito falo,
Eu fico mudo.
A única coisa que eu tenho certeza,
Vou lhe dizer e nunca se esqueça,
É que esse mundo é uma confusão
E quem acha que sabe, não sabe não.
Confusão (Noé Klabin)
Eu que vim do preto,
Eu que vim do branco,
Eu que vim do riso,
Eu que vim do pranto,
Eu que vim da noite,
Eu que vim do dia,
Sou filho do diabo com Santa Maria.
Eu vim do lixo,
Eu vim da flor,
Eu vim do ódio,
Eu vim do amor,
Eu vim do frio,
Eu vim do quente,
Eu sou careca mas eu uso pente.
De onde vim?
Pra onde vou?
O que é que eu fui?
O que é que eu sou?
Eu sou a mãe,
Eu sou o pai,
Eu sou hello,
Eu sou good-bye,
Sou anarquia,
Eu sou a lei,
Eu sou macho,
Eu sou gay.
Eu não sei não,
Eu sei de tudo,
Eu muito falo,
Eu fico mudo.
A única coisa que eu tenho certeza,
Vou lhe dizer e nunca se esqueça,
É que esse mundo é uma confusão
E quem acha que sabe, não sabe não.