quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mídia? Qual Mídia?

Existe uma grande discussão ao nosso redor sobre qual será a “mídia musical” do presente. Notem a confusão de tempos verbais. Por algum motivo obscuro, não consigo me sentir afetado por isso. Talvez o assunto interesse mais à grande indústria, que tem que definir obrigatoriamente qual o próximo dispendioso produto físico a ser empurrado ouvido abaixo dos pagantes. Talvez não.
Lembro que, há certo tempo, tínhamos também que definir a mídia, exatamente como hoje. Não tão exatamente. “Exatamente” não é a palavra certa. Ninguém tinha dinheiro para comprar a Master, a fita de uma ou duas polegadas que em geral pertencia ao estúdio. A dúvida era cruel: devo usar uma fita cromo TDK, Scotch ou Basf C-60? Céus, tinha também a MAC, mas essa era meio ruinzinha. Não estou confundindo “marca” com “mídia”, estou apenas citando as opções disponíveis. Mais ou menos como um restaurante com o cardápio composto por bife, filé de frango e lombinho. Não podia ser satisfatório mesmo. Hoje as opções do cardápio são muitas. Dezenas. Ninguém sabe exatamente o que comer. Perde-se tempo folheando o dicionário de opções musicais. Mas se a carta é exagerada, é também grande a chance de que o restaurante não seja lá tão bom assim. É considerável a tentação de se escolher o “Prato-do-Dia”, mais fácil, mais rápido, e a carne não está congelada. O Chef é meio problemático, rapaz indeciso. E esse Chef não pode ser demitido, ele está bem longe daqui, nem atende telefone. E ainda é meio difuso, rapaz esperto. Mas a situação geral, CNTP, é bem melhor do que era. Se estiver frio, vista o casaco. Mas um conhaque pode ser mais divertido. Então, chega de reclamar.