quinta-feira, 10 de maio de 2007

Amú (Rio de Janeiro)










Amú (www.amuweb.com) é José Renato da Costa, guitarrista, compositor e cantor. Nasceu no Rio de Janeiro e mudou-se aos 11 anos para Brasília, onde foi contaminado de forma instantânea pela febre que assolava a capital federal à época: o famigerado rock dos anos 80. Nos anos 90, participou de algumas bandas underground como guitarrista, entre elas o Tenente Mostarda, que participou de três coletâneas e teve seu clipe veiculado na antiga televisão-que-passava-vídeo-clipes-e-hoje-prefere-programas-de-auditório chamada MTV (pronuncia-se emitíví). Hoje, chama-se TST (pronuncia-se tíesstí, Talk Show Television). Curiosidade: do Tenente Mostarda saiu o baixista (hoje guitarrista) Fernando Brasil, para fundar o Phonopop. Em 2000, Amú, já guitarrista experiente, decide voltar a morar no Rio de Janeiro. Os motivos? Um deles, sua opinião sobre as poucas possibilidades da aplicação de acordes dissonantes no pop/rock. Outro, sua música já se aproximava demais e de forma irreversível da MPB sofisticada, de harmonias ricas e complexas, e o Rio de Janeiro parecia, historicamente, o lugar ideal para se fazer esse tipo de música. Começou tocando em diversas jam sessions, apenas como guitarrista, e depois formou um trio que percorria o circuito de bares da cidade. Em 2001, iniciou os estudos de técnica de gravação e produção fonográfica com o produtor Mayrton Bahia. Em 2003, venceu o primeiro Guitar Player Festival, realizado em São Paulo, e foi elogiado pela revista americana Guitar World. No ano de 2005 abriu seu próprio estúdio de gravação e masterização, o Estúdio 3 Luas.

Bom, agora é que a história começa a ficar emocionante. O primeiro CD, “Amú”, com 11 faixas e gravado em seu próprio estúdio, fica pronto em meados de 2005. Surpreende muita gente, pessoas já acostumadas com o mega-guitarrista, mas não com a novidade do Amú-cantor. Suas novas composições misturam a sonoridade clássica do violão de nylon, as harmonias bossa-nova e, de repente, uma guitarra-fuzz faz Chico Buarque abraçar Jimi Hendrix nas águas tépidas do mar do Leblon.

As letras têm como base o universo da MPB, fugindo léguas do atual nonsense banal das bandas de rock-adolescente (não conectando a palavra “adolescente” com a idade do sujeito). Uma vez, há anos, Amú ouviu a famosa frase-chavão, não sei o autor, que dizia que “o rock não deve se levar a sério”, ou “o rock não deve ser sério”, ou alguma bobagem do tipo. Obviamente, percebeu o equívoco da coisa. Em seu rápido processo de evolução, comum a tantos outros músicos, Amú está feliz.

Um Beijo e Até (Amú)

Vai e segue o teu rumo,
Que é tão longe de mim
Pode crer que sim
Basta olhar em volta para ver
Que a gente quando muito combinava
Não tinha nada a ver

Você me usou
E eu te usei também
Sem saber por que
Sem saber a quem
Nós enganaríamos nesse jogo
Tão louco e cujas regras
Mudam pouco a pouco

Você não é quem eu pensei
Não pense que eu não sei
Quem tu és
A vida ensina
E hoje eu aprendi
Estou saindo fora
Um beijo e até

Leve as poucas lembranças
Que insistimos em criar
E em nenhum de nós
Chegou a acreditar
Leve também o medo
Nosso grande aliado
E de todo amor já acabado.

Amú agora prepara seu novo CD, a ser lançado no final de 2007 ou início de 2008. Enquanto aguardamos com ânsia, é possível baixar todas as músicas e também a capa do CD anterior, no seu site.

Quanto à frase, se tivesse sido dito que “o rock deve se levar a sério”, isso também seria equivocado. Como entender?